“Latam Mobility: Brazil 2024” foi o cenário do painel “Mesa redonda: Perspectivas para o desenvolvimento da infraestrutura de recarga no Brasil”, onde líderes do setor apresentaram suas perspectivas sobre o tema.
Francisco Scroffa, representante da Enel X, destacou o amplo escopo de atuação da empresa, que está presente em 40 países. Ele ressaltou que a Enel X já atua na área de infraestrutura de recarga há quase uma década.
“Quando falamos em mobilidade, temos que desmembrá-la e entender os diferentes segmentos que temos. A infraestrutura ainda é um desafio para a transição e temos que oferecer soluções para o consumidor final”, explicou.
Ele ressaltou que viajar de 300 a 400 quilômetros torna um pouco mais complicado fornecer uma rede de infraestrutura de frete por causa das distâncias, já que o retorno não é alto.
O impacto da Huawei
Luciano Rego, executivo da Huawei, destacou a importância de se ter qualidade e quantidade de carregadores para cada segmento e enfatizou como é essencial a união dos setores público e privado.
Mas também percebemos que as necessidades dos setores comercial e residencial também são diferentes. Por isso, gostaria que você nos desse essa perspectiva sobre o desenvolvimento da infraestrutura.
“É uma novidade ver a Huawei em um evento de mobilidade, mas a Huawei é uma fornecedora global de infraestrutura para comunicação e dados. Em nossas divisões, temos a energia digital, que é um pilar muito importante do desenvolvimento da empresa em nível global”, disse ele.
Segundo ele, a descarbonização requer infraestrutura e soluções para se tornar realidade. “O Brasil já tem uma matriz energética relativamente limpa porque a maior parte da geração vem da hidroeletricidade”, disse.
O crescimento da Voltbras
Rodolfo Levien, fundador da VoltBras, detalhou que eles desenvolvem softwares para o mercado de mobilidade elétrica desde 2018.
Ele destacou que atualmente, além do Brasil, eles têm operações em outros seis países da América Latina com foco em entender o mercado para oferecer soluções.
“Desenvolvemos soluções pensadas tanto para a recarga pública, para o consumidor final, quanto para a recarga de frotas, para a recarga residencial, que sabemos que também é um desafio”, observou Levien.
Para concluir, o executivo da Voltbras considerou fundamental a aprovação de incentivos fiscais do setor público para estimular o investimento privado que permitirá a generalização da eletromobilidade.
A posição da Autel
Alberto Gomes, diretor da Autel, apresentou sua perspectiva sobre a infraestrutura de recarga no Brasil e na América Latina.
“Eu vejo o Brasil como um país com grandes desafios e muito potencial no setor de mineração. Temos condições muito diferentes do resto do mundo, com o etanol combustível funcionando muito bem”, disse ele.
“Acredito muito que haverá essa mistura, pelo menos nos próximos cinco a dez anos, de veículos híbridos muito mais do que veículos 100% elétricos”, afirmou Gomes.
Ele ressaltou que, para atingir as metas, é necessário trabalhar em parcerias entre os fabricantes de veículos e aqueles que os produzem. “Uma infraestrutura para veículos elétricos e o comprometimento do setor público são essenciais, acho que precisamos de alguém para acertar e fazer as coisas andarem.
O potencial comercial do WEG
Fernanda Bencke, diretora de vendas da WEG, falou sobre os desafios e oportunidades que o Brasil tem em termos de infraestrutura de recarga. Ela detalhou que a empresa tem entre seus principais focos a instalação de equipamentos em praias.
“Somos uma multinacional brasileira com mais de 60 anos no Brasil desenvolvendo e fabricando os carregadores aqui com engenharia local na fábrica local em Jaraguá do Sul em Santa Catarina”, disse.
Ele acredita que não se deve pensar apenas no carregador, mas em todo o ecossistema de eletromobilidade para oferecer aos usuários uma solução completa.
“Vejo que a infraestrutura do Brasil está avançando rapidamente e a interação entre todos os atores envolvidos é fundamental”, concluiu.