A Organização Latino-Americana de Energia (OLADE) publicou o “Livro Branco da Mobilidade Sustentável na América Latina e no Caribe 2025”, um documento exaustivo que estabelece o roteiro para guiar a região rumo a um futuro energético de baixo carbono, resiliente e inclusivo.
O relatório, apresentado no âmbito da Semana da Energia, estabelece as bases estratégicas e políticas para que os 27 países membros aproveitem seu vasto potencial em recursos renováveis e biodiversidade, garantindo que a transição global seja uma oportunidade de desenvolvimento e não uma ameaça para suas economias.
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Oportunidades e desafios na encruzilhada energética
O Livro Branco parte de um diagnóstico preciso da matriz energética regional. Ele destaca que, embora a América Latina e o Caribe tenham uma das matrizes elétricas mais limpas do mundo, graças à hidroeletricidade, a dependência de combustíveis fósseis no transporte e na indústria continua sendo significativa.

O documento identifica a tripla encruzilhada que a região enfrenta: a necessidade de garantir a segurança energética, avançar na descarbonização da economia e promover a equidade social.
Além disso, ressalta que a região é uma das mais vulneráveis às mudanças climáticas, mas ao mesmo tempo abriga soluções naturais e tecnológicas essenciais, posicionando-a como um ator geopolítico essencial na geopolítica da energia do século XXI.

Quatro pilares estratégicos da transição
A proposta da OLADE está estruturada em quatro pilares fundamentais e interligados. O primeiro é a descarbonização e transformação da matriz energética, que defende uma aceleração maciça na incorporação de energias renováveis não convencionais, como a solar fotovoltaica e a eólica, complementadas com a modernização e sustentabilidade da hidroeletricidade existente.
O segundo pilar é a eletrificação sustentável dos usos finais, promovendo agressivamente a mobilidade elétrica, a eficiência energética em edifícios e a substituição de combustíveis fósseis em processos industriais.

O terceiro pilar centra-se no desenvolvimento das energias do futuro e de novos vetores energéticos, com especial ênfase na produção de hidrogênio verde, especialmente em países com grande potencial eólico e solar, como Chile, Brasil e Argentina, e na exploração sustentável de biocombustíveis avançados e energia geotérmica.
Finalmente, o quarto pilar, equidade, inclusão e sustentabilidade, insiste que a transição deve eliminar as disparidades no acesso à energia, fortalecer as comunidades locais e proteger a biodiversidade, reconhecendo o papel dos povos indígenas e seus conhecimentos.

O hidrogênio verde, uma oportunidade para a região
O relatório dedica atenção especial ao hidrogênio verde, identificando-o como uma peça-chave para a competitividade industrial e a exportação de energia limpa.
A OLADE projeta que a demanda global por hidrogênio de baixo carbono crescerá substancialmente, e a região tem potencial para se tornar um dos principais produtores mundiais.
O Livro Branco não apenas analisa o potencial técnico, mas também aborda os desafios críticos de custos, infraestrutura e a necessidade de marcos regulatórios claros que atraiam os investimentos necessários para desenvolver uma economia de hidrogênio em escala industrial.
Financiamento, cooperação e governança
Um dos capítulos mais importantes do documento refere-se aos mecanismos de implementação. A OLADE é enfática ao apontar que fechar a lacuna de investimento exigirá uma mobilização de recursos sem precedentes, combinando capital público, privado e cooperação internacional.
Propõe-se a criação de instrumentos financeiros inovadores, como títulos verdes e fundos de garantia, bem como o fortalecimento das instituições energéticas nacionais.
A cooperação regional surge como um elemento indispensável para desenvolver mercados integrados de energia, harmonizar regulamentações e apresentar uma postura unificada nos fóruns globais, maximizando o poder de negociação da região.

O Livro Branco da OLADE conclui com um apelo urgente à ação coletiva e coordenada: ele não se apresenta como um documento de aspiração, mas como um plano de trabalho concreto.
A transição energética na América Latina e no Caribe não é apenas uma resposta às mudanças climáticas, mas a maior oportunidade de desenvolvimento do último século para construir economias mais resilientes, inovadoras e justas.
O sucesso dependerá da vontade política, da colaboração entre os setores público e privado e da participação ativa da cidadania para garantir que o caminho rumo à sustentabilidade não deixe ninguém para trás.
Latam Mobility 2026, impulsionando a transformação
A Latam Mobility inicia em 2026 uma nova série de encontros que reunirá líderes dos setores público e privado, empresas de tecnologia, fabricantes, operadores de transporte e especialistas em sustentabilidade.
Do México a Santiago do Chile, passando por São Paulo e Medellín, essas cúpulas serão o ponto de encontro mais importante da região para debater, aprender e construir soluções em torno da mobilidade elétrica, baixas emissões e inovação urbana.
Cada evento oferecerá um espaço único para analisar os avanços em infraestrutura de recarga, gestão de frotas elétricas, logística de última milha e desenvolvimento de cidades inteligentes, com o apoio de um ecossistema cada vez mais robusto de parceiros estratégicos e aliados internacionais.
A turnê 2026 promete não apenas conteúdo de alto nível, mas também uma plataforma ideal para impulsionar alianças de negócios, troca de experiências e colaboração multissetorial.
Com um enfoque que combina tecnologia, sustentabilidade e visão de futuro, a Latam Mobility 2026 convida todos os atores da cadeia de valor a participar desta jornada que marcará a agenda regional da mobilidade limpa. Participe dos encontros no México, São Paulo, Medellín, Santiago e Cidade do México e faça parte do movimento que acelera a transformação energética e urbana da América Latina.
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