COP30: Brasil e México assinam acordo para impulsionar a eletrificação de caminhões e ônibus até 2040

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No âmbito da COP30, o Brasil e o México anunciaram sua adesão ao Memorando de Entendimento Global sobre Veículos Médios e Pesados com Emissões Zero (Global MOU), integrando-se a uma coalizão internacional que aspira que, até 2040, todas as vendas de caminhões e ônibus novos sejam de emissões zero, com uma meta intermediária de 30% em 2030.

A assinatura consolida compromissos para acelerar a adoção de frotas limpas e a implantação de infraestrutura de recarga em grande escala.

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Objetivos e alcance do memorando

O acordo estabelece um marco para coordenar políticas públicas, incentivos e pilotos que facilitem a transformação do transporte pesado para tecnologias sem emissões.

As metas temporais do Global MOU buscam enviar sinais claros ao mercado para mobilizar investimentos, estimular a produção local e atrair fornecedores internacionais de veículos e infraestrutura.

O memorando também promove a colaboração entre governos, indústria e organismos multilaterais para garantir uma transição ordenada e equitativa.

As autoridades mexicanas destacaram que a assinatura ratifica seu compromisso com a descarbonização do setor de transporte e com a promoção de um desenvolvimento econômico compatível com a proteção dos recursos naturais e a economia circular.

A representação institucional indicou que esta medida visa abrir oportunidades de investimento e fortalecer as capacidades industriais e tecnológicas relacionadas com veículos de emissões zero.

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Foto: CALSTART

Múltiplas reações

Líderes da indústria e organizações especializadas avaliaram a adesão como um sinal estratégico que pode catalisar a entrada de frotas elétricas e a hidrogênio, bem como a implantação de estações de recarga de alta capacidade.

Fornecedores de veículos elétricos, fabricantes locais e empresas de energia concordaram com a importância de coordenar a oferta tecnológica com a demanda regulada e os requisitos dos operadores logísticos para garantir a viabilidade das soluções em rotas de longo curso e na operação urbana.

Os defensores da eletrificação do transporte pesado destacaram os benefícios operacionais e ambientais: redução dos custos operacionais graças à maior eficiência energética dos veículos elétricos, diminuição das emissões de poluentes locais e de CO2 e oportunidades de criação de empregos em cadeias de abastecimento e serviços associados à infraestrutura de recarga.

Também foi enfatizado o papel da eletricidade renovável para garantir que a transição resulte em reduções reais de emissões e maior competitividade para o setor logístico.

Apoio técnico e alianças multilaterais

O Global MOU, co-dirigido pela Colômbia e pelo programa Drive to Zero da CALSTART, conta com o apoio de várias organizações, empresas e administrações subnacionais que contribuem com experiência técnica, financiamento e modelos de negócios.

A cooperação inclui o intercâmbio de boas práticas, a concepção de mecanismos regulatórios e a identificação de fontes de financiamento público e privado para reduzir as barreiras à entrada no mercado.

A adesão de ambos os governos fortalece a posição da América Latina na agenda global de transporte sustentável e envia um sinal aos investidores e operadores sobre o potencial dos mercados emergentes para soluções limpas de mobilidade de carga e passageiros.

As ações anunciadas na COP30 de Belém visam consolidar corredores logísticos demonstrativos e promover ecossistemas locais que integrem fabricantes, operadores e fornecedores de energia.

“O Brasil e o México estão demonstrando uma liderança poderosa em matéria de transporte com emissões zero em toda a América, graças ao seu firme compromisso político com caminhões, ônibus e infraestrutura com emissões zero”, disse John Boesel, CEO da aceleradora de transporte limpo CALSTART.

“Ao enviar um sinal claro de que estão abertos ao crescimento do mercado, esses países estão preparados para atrair operadores de frotas globais, fornecedores de infraestrutura e outros inovadores no campo do transporte com emissões zero que estão prontos para esse negócio”, explicou.

Iniciativas complementares na COP30

Paralelamente à assinatura, foram apresentados projetos e coalizões na COP30 destinados a impulsionar implantações regionais.

Entre elas, foi anunciada a Coalizão e-Dutra, uma aliança público-privada focada em transformar o corredor Rio de Janeiro-São Paulo em uma via com operação de emissões zero, com a meta inicial de implantar 1.000 caminhões elétricos e uma rede de carregadores de alta capacidade até 2030.

Essa iniciativa busca servir como prova de conceito e escala para replicar modelos em outros corredores e países da região.

Além disso, a Volkswagen Truck & Bus completou uma viagem inaugural ao longo da e-Dutra, percorrendo cerca de 800 quilômetros entre Resende e Sorocaba com seu caminhão e-Delivery, utilizando os carregadores disponíveis na rota para todas as recargas e avaliando a viabilidade operacional do corredor para caminhões elétricos.

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Foto: CALSTART

O teste, realizado em colaboração com o LOTS Group e outros parceiros fundadores da coalizão, serviu para mapear a infraestrutura existente, identificar necessidades de carga de alta potência e testar protocolos de interoperabilidade em condições reais de operação.
Próximos passos

Após a assinatura na COP30, o foco imediato será a tradução dos compromissos em planos operacionais e cronogramas nacionais e regionais, a ativação de pilotos e a mobilização de financiamento para projetos de infraestrutura e aquisição de veículos.

Espera-se que os governos, em colaboração com o setor privado e organizações técnicas, definam roteiros que incluam metas intermediárias, métricas de acompanhamento e mecanismos de apoio para acelerar a adoção nos próximos cinco anos.

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Foto: Reuters

A incorporação do Brasil e do México ao MOU Global na COP30 representa um avanço significativo nos esforços para descarbonizar o transporte pesado na região.

Com metas ambiciosas para 2030 e 2040, a iniciativa busca transformar não apenas a tecnologia aplicada a caminhões e ônibus, mas também as condições de mercado, a infraestrutura e as capacidades industriais necessárias para uma transição sustentável e rentável.

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