No âmbito do webinar “Por que 2026 é o ano da mobilidade sustentável?”, o primeiro painel, intitulado “Resultados e reflexões de 2025”, reuniu três vozes autorizadas do setor: María Elena Espinosa, CEO da Insitra; Pablo Bernal, engenheiro de soluções automotivas e energéticas da Keysight Technologies; e Carlos Morales, CEO da Voltrelli.
O espaço serviu para fazer um diagnóstico do estado da mobilidade limpa na América Latina, analisando os marcos mais significativos do ano que termina e projetando com otimismo os desafios e oportunidades de 2026.
A conversa, moderada por Andrés García, diretor de mobilidade da Latam Mobility, destacou a crescente maturidade do mercado, a evolução dos modelos de negócios e a colaboração público-privada como forças motrizes.
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Maturidade e dinamismo como sinais
Ao analisar os avanços concretos de 2025, os participantes do painel concordaram em identificar uma aceleração notável. Carlos Morales destacou a dinâmica positiva da indústria automotiva, observando que “o mestre é o veículo e o carregador faz o que se segue”.
Ele destacou o crescimento exponencial nas vendas de veículos elétricos em países como Colômbia, Uruguai, Equador e Peru, impulsionado pela chegada de novas marcas e modelos.
Além disso, enfatizou o alinhamento bem-sucedido de incentivos entre governos e o setor privado, especialmente no transporte público da Colômbia, Chile e México, e a evolução dos modelos de negócios em torno da infraestrutura de carregamento.
María Elena Espinosa enfatizou a colaboração entre os setores público e privado como um fator-chave. Ela destacou a importância de projetos como a conversão total da frota do Metrobús para elétrica até 2030 e ressaltou a necessidade de uma regulamentação mais madura e linhas claras para orientar a transição de maneira eficaz. “As transições são feitas, mas o importante é como elas são feitas”, refletiu.

Pablo Bernal, com sua experiência em testes e regulamentações, trouxe uma perspectiva técnica fundamental. Ele revelou que 2025 testemunhou a criação e capacitação dos primeiros laboratórios na região, como o do IPN em Puebla (México) e um em Medellín (Colômbia), dedicados a verificar se veículos, baterias e carregadores cumprem os padrões internacionais de segurança e desempenho.
“Embora [a regulamentação] esteja suspensa no momento, as normas internacionais já existem e serão feitas adaptações”, explicou, apontando para um investimento antecipado e proativo do setor.
O terreno se torna fértil
Embora os participantes do painel tenham mantido em segredo vários projetos a serem anunciados, eles compartilharam alguns casos emblemáticos. Pablo Bernal, da Keysight, citou a instalação e o início das atividades dos laboratórios no Tecnológico de Monterrey e na Universidade de Antioquia como exemplos públicos da preparação do ecossistema.
Carlos Morales, por sua vez, referiu-se ao mercado em geral como um “terreno muito fértil para fazer negócios”, destacando a grande quantidade de conversas e oportunidades que estão sendo geradas em eventos e encontros setoriais.
María Elena Espinosa mencionou o surgimento de modelos inovadores como o “carregamento colaborativo”, que permite o uso compartilhado de estações, e os avanços da Insitra na otimização de rotas para frotas elétricas por meio de telemetria e inteligência artificial, com base na análise de dados de consumo e custos.



Perspectivas para 2026
Ao projetar o que 2026 nos reserva, os especialistas delinearam os fatores críticos para consolidar o boom da mobilidade sustentável.
María Elena Espinosa foi enfática na necessidade de uma “regulamentação mais madura” e de continuar desenvolvendo o talento especializado dentro das empresas. “Para que seja uma transição bem feita, precisamos justamente ter todas essas políticas bem maduras”, afirmou.
Carlos Morales abordou o tema crucial da padronização dos conectores de carga, um ponto de confusão atual em mercados como o da Colômbia, com a possível entrada da Tesla. “Se a regulamentação não se organizar um pouco e os atores do mercado não se organizarem, será mais difícil investir”, alertou.
Ele também vislumbrou uma maior exigência na qualidade do serviço, ilustrando-o com um caso de sucesso da Voltrelli: um carregador de 60 kW no Aeroporto Jorge Chávez, em Lima, para veículos de apoio em terra, onde a confiabilidade é fundamental.
Pablo Bernal aprofundou o desafio técnico dos múltiplos padrões e adaptadores, alertando sobre os riscos de segurança se normas rigorosas não forem cumpridas.
Para impulsionar a adoção em massa em nível individual em 2026, Bernal destacou a importância do sucesso dos projetos de mobilidade econômica e a chegada potencial de veículos com baterias de íons de sódio. “Acredito que, no final de 2026, já veremos alguns modelos com essa tecnologia”, previu, o que reduziria os custos e melhoraria a segurança.
Avançar com trabalho colaborativo
O painel foi encerrado com uma mensagem de claro otimismo e um convite para se juntar ao setor.
Os três líderes concordaram que o ecossistema amadureceu significativamente, passando de um “terreno a ser cultivado” para um campo fértil para investimentos e inovação.
A combinação de uma frota automotiva em crescimento, uma infraestrutura de carregamento em evolução, o surgimento de capacidades locais de teste e uma crescente colaboração entre todos os atores estabelece as bases para que 2026 se consolide como o ano da mobilidade sustentável na América Latina.
Como exortou María Elena Espinosa: “Avante, sem medo, vamos em frente”.

Latam Mobility 2026, impulsionando a transformação
A Latam Mobility inicia em 2026 uma nova série de encontros que reunirá líderes dos setores público e privado, empresas de tecnologia, fabricantes, operadores de transporte e especialistas em sustentabilidade.
Do México a Santiago do Chile, passando por São Paulo e Medellín, essas cúpulas serão o ponto de encontro mais importante da região para debater, aprender e construir soluções em torno da mobilidade elétrica, baixas emissões e inovação urbana.
Cada evento oferecerá um espaço único para analisar os avanços em infraestrutura de recarga, gestão de frotas elétricas, logística de última milha e desenvolvimento de cidades inteligentes, com o apoio de um ecossistema cada vez mais robusto de parceiros estratégicos e aliados internacionais.
A turnê 2026 promete não apenas conteúdo de alto nível, mas também uma plataforma ideal para impulsionar alianças de negócios, troca de experiências e colaboração multissetorial.
Com um enfoque que combina tecnologia, sustentabilidade e visão de futuro, a Latam Mobility 2026 convida todos os atores da cadeia de valor a participar desta jornada que marcará a agenda regional da mobilidade limpa. Participe dos encontros no México, São Paulo, Medellín, Santiago e Cidade do México e faça parte do movimento que acelera a transformação energética e urbana da América Latina.
Mais informações em breve.


