A “Revolução do Megawatt” chega ao México: a Huawei anuncia a recarga que transformará a logística

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Durante sua palestra no Latam Mobility México 2025, Gonzalo Gómez Rivera, gerente de Desenvolvimento de Negócios EV da Huawei Digital Power, compartilhou uma visão estratégica e detalhada sobre o futuro da infraestrutura de recarga no país, tomando como referência a liderança e as lições aprendidas do mercado chinês.

Sob o título “Lições da eletrificação na China: o futuro da infraestrutura de recarga no México”, Gómez Rivera delineou um panorama em que a eletromobilidade deixa de ser um tema exclusivo dos veículos de passageiros para entrar com força na eletrificação do transporte de carga, um setor com um potencial de economia e eficiência enormemente superior.

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Megawatts para a logística pesada

A apresentação começou com um caso de sucesso contundente: o maior posto de recarga do mundo, localizado em Bengchuan, China. Projetada especificamente para transporte e comércio, esta estação utiliza a solução de carregamento de megawatts da Huawei para enfrentar os desafios logísticos em terrenos complexos e com altas emissões de carbono.

Gómez Rivera explicou que esta infraestrutura permite carregamentos ultrarrápidos de 500 kWh em apenas 15 a 20 minutos, um marco que está impulsionando a adoção de caminhões pesados elétricos em todos os cenários.

“No passado, estávamos constantemente procurando carregadores ou presos em longas filas. Hoje, os carregadores de megawatts tornam realidade o que era inimaginável, economizando um tempo valioso e proporcionando mais liberdade e energia para se concentrar no trabalho logístico”, disse ele, citando depoimentos do projeto.

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A decolagem do veículo comercial elétrico

O executivo da Huawei enfatizou a transição global do mercado. Enquanto as vendas de veículos de passageiros mantêm um crescimento sólido, é o segmento comercial que apresenta a oportunidade de negócio mais significativa para os desenvolvedores de infraestrutura.

“Um veículo de passageiros carrega em média 30-40 kWh. No entanto, um veículo comercial realiza uma recarga de aproximadamente 500 kWh”, destacou. “Para os desenvolvedores de recarga, torna-se muito mais interessante ter um usuário ao qual se pode vender 12 vezes a mesma energia no mesmo tempo, em comparação com os usuários tradicionais”.

Nesse contexto, Gómez Rivera afirmou que o México deve migrar de uma infraestrutura baseada em corrente alternada (CA) para uma dominada por corrente contínua (CC) de alta e ultra alta potência. “Não estamos mais falando de carga em corrente contínua de 40 ou 80 kW. Estamos falando de posicionar a carga em corrente contínua acima de 400 kW, até mesmo de 1,5 megawatts”, enfatizou.

Um dos pontos mais contundentes da palestra foi a comparação dos custos operacionais. Em comparação com as alternativas tradicionais e emergentes, o veículo elétrico para carga pesada se apresenta como a opção mais eficiente.

“O custo por quilômetro de um veículo a combustão é de 39 centavos de dólar, e o de hidrogênio, 44 centavos de dólar, mesmo com subsídios. Quando vemos as soluções com veículos elétricos, estamos falando de 19 centavos de dólar”, explicou.

“Isso representa uma redução de cerca de 50% nos custos operacionais, tornando a eletrificação não apenas uma opção ecológica, mas também eminentemente econômica”, enfatizou Gómez Rivera.

FusionCharge: solução modular da Huawei para o México

Gonzalo Gómez Rivera identificou que a infraestrutura de carregamento atual é insuficiente e não está projetada corretamente para o futuro. Os carregadores tradicionais carecem de potência, não permitem a distribuição inteligente de energia entre eles e não estão preparados para a evolução tecnológica.

Em resposta, ele apresentou a solução integral da Huawei, FusionCharge, baseada em quatro valores centrais. Em primeiro lugar, um investimento único e evolutivo que permite gerar receitas escalonadas: primeiro com veículos de passageiros, depois com caminhões de carga e, finalmente, com a recarga de 1,5 MW para caminhões-trator.

“Esta já é uma tecnologia existente; estamos fechando com mais de 100 pontos na China localizados nos principais corredores e portos”, afirmou.

O segundo valor é sua longa vida útil e operação silenciosa. Por ser uma solução refrigerada a líquido, supera os problemas de ruído dos carregadores tradicionais (que geralmente ultrapassam os 80 decibéis), permitindo sua instalação em áreas residenciais ou mistas sem gerar conflitos acústicos.

O terceiro pilar é a otimização energética. O FusionCharge integra geração no local (como painéis solares) e armazenamento de energia (baterias), o que reduz a pressão sobre a rede elétrica e permite oferecer maior potência sem depender exclusivamente das capacidades da Comissão Federal de Eletricidade (CFE). “Podemos ter estações operando mesmo fora da rede”, afirmou.

Por fim, o quarto valor é seu design modular e conectado. A solução permite crescer de maneira flexível, atualizando dispensadores e aumentando a potência em paralelo, tudo gerenciado remotamente a partir da nuvem da Huawei.

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Retorno acelerado do investimento

Gómez Rivera encerrou sua intervenção compartilhando que essa solução já é uma realidade operacional no México, onde foram documentadas economias de até 22.500 pesos por ano por veículo e uma redução de 50% no custo de energia.

Além disso, ele destacou o uso do armazenamento de energia para “suavizar picos” de consumo, uma estratégia que permite evitar as tarifas mais altas de eletricidade durante os horários de pico, alcançando uma economia adicional de até 30% na conta de luz. “Estamos alcançando um retorno do investimento de cerca de 4 anos”, explicou, ressaltando a viabilidade financeira do modelo.

A apresentação foi encerrada com um apelo à ação para desenvolvedores e investidores mexicanos: a infraestrutura de carregamento deve ser planejada não para os próximos 5 anos, mas para as próximas duas a cinco décadas.

A aposta em tecnologias modulares, escaláveis e de ultra alta potência, como o FusionCharge da Huawei, posiciona-se como a estratégia mais sólida para construir o ecossistema de mobilidade sustentável de que o México e a América Latina precisam para competir na economia global descarbonizada.