A S2G Energy revela as chaves para uma eletromobilidade rentável e em escala no México

S2G Energy

No âmbito da cúpula Latam Mobility México 2025, Gerónimo Martínez, diretor executivo da S2G Energy, fez uma apresentação de destaque intitulada “Escalando a eletromobilidade rentável no México”.

Sua intervenção se concentrou em desmistificar o processo de eletrificação de frotas em grande escala, transferindo as estratégias teóricas para o terreno prático e rentável da realidade mexicana.

A apresentação partiu de um conceito fundamental: o TCO ou Custo Total de Operação. Martínez explicou que, enquanto o TCO de um veículo com motor de combustão interna é uma métrica conhecida e calculada há décadas, o desafio atual consiste em demonstrar a competitividade de uma frota eletrificada em relação a esse referencial tradicional.

A comparação, afirmou, é a base para a tomada de decisões empresariais informadas. “É com esse TCO de um veículo a combustão que testamos uma solução eletrificada”, destacou.

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Os três pilares do caso de negócios

Martínez argumentou que, para falar de eletromobilidade em escala, é imperativo abordar três elementos interconectados. O primeiro pilar é a frota em si, onde é crucial alinhar o ciclo de trabalho de cada veículo com seu design e capacidade de bateria para minimizar custos.

O segundo pilar é a infraestrutura de carregamento, que requer decisões estratégicas sobre o tipo de corrente, a janela de carregamento disponível e a topologia (investimento próprio ou acordos com terceiros).

O terceiro pilar, e talvez o mais transformador, é o que ele chamou de “a camada digital”. Por meio de sua plataforma EVS (EV Sphere), que atua como um Provedor de Serviços de Eletromobilidade (IMSP), todos os processos são otimizados.

“É nessa camada digital que os ciclos de carregamento são otimizados”, afirmou. Essa plataforma permite o balanceamento dinâmico da capacidade do transformador, aloca custos de energia por veículo, fornece suporte remoto e garante a interoperabilidade entre diferentes redes de carregamento, maximizando o uso dos ativos por meio de programas de roaming digital.

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México: terreno fértil com desafios e oportunidades

O executivo da S2G Energy destacou que o México está excepcionalmente bem posicionado para a eletrificação de frotas comerciais. Entre as oportunidades mais significativas, ele mencionou a eliminação do “huachicol” ou roubo de combustível, um problema que afeta grandes frotas e que é erradicado com a migração para a energia elétrica, onde “não podemos transgredir um elétron”.

A isso se somam benefícios como a circulação sem restrições ambientais e uma oferta global diversificada de veículos.

No entanto, ele também enumerou desafios consideráveis. A limitação da rede elétrica exige uma otimização extrema do capital e uma abordagem austera para desenvolver a infraestrutura.

Da mesma forma, ele enfatizou a necessidade de priorizar a maturidade tecnológica desde o projeto inicial, evitando cair em pilotos isolados que não geram os dados necessários para uma melhoria contínua.

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Da teoria à eficiência tangível

A palestra ganhou vida com exemplos concretos. Martínez mostrou como a gestão ativa de energia na frota de 2.600 veículos de última milha, a maior da região, permite uma economia de 40% no custo da energia.

Por meio de sua plataforma EVS, evita-se o carregamento nas horas de pico da tarifa de energia elétrica (com preços até 1,9 vezes superiores) e programa-se para que os veículos sejam carregados em massa no horário de menor demanda, das 12h à 6h da manhã.

“É o mesmo que abastecer diesel a 25 pesos o litro ou a 15”, ilustrou, ressaltando que esse benefício só é obtido por meio da tecnologia inteligente. Ele também explicou como, graças à telemetria e à gestão dinâmica, é possível aumentar a proporção de veículos por carregador, passando de um modelo ineficiente 1:1 para um mais otimizado 1:N, reduzindo assim o investimento em infraestrutura.

Para finalizar, o representante da S2G Energy enfatizou a necessidade de uma infraestrutura resiliente com um tempo de atividade (uptime) superior a 99%, garantido por meio de monitoramento remoto e atualizações constantes de software.

Ele defendeu uma abordagem de “resiliência ativa integrada”, que pode incluir desde geradores a diesel de reserva até sistemas de baterias para garantir a operação.

Em suas palavras finais, ele apresentou a EVS como a plataforma que materializa esses conceitos, já em operação na região, gerenciando mais de 1.000 estações de recarga e garantindo a rentabilidade da eletromobilidade desde o primeiro quilômetro.

A palestra deixou claro que a eletrificação de frotas no México não é uma aposta no futuro, mas uma realidade rentável e escalável hoje.

A seguir, o primeiro dia do Latam Mobility México 2025: