A visão convergente da C40 Cities, City Energy, Geotab e SynergEV impulsionará os corredores verdes na América Latina

O ano de 2026 se perfila como o ano da consolidação da mobilidade sustentável na América Latina, impulsionado pela maturidade do mercado, pela expansão da infraestrutura, pela colaboração público-privada e por eventos globais catalisadores.

Essa foi a conclusão unânime do painel “Perspectivas e oportunidades”, realizado durante o webinar “Por que 2026 é o ano da mobilidade sustentável?”, organizado pela Latam Mobility, a comunidade mais importante de mobilidade e sustentabilidade da América Latina.

O debate, moderado por Andrés García, diretor de Mobilidade da Latam Mobility, contou com as visões estratégicas de Thiago Vieira, da C40 Cities, Pedro Giraldo, da Geotab, Patricia Baires, da SynergEV, e Diego Romano, da City Energy, que ofereceram um diagnóstico regional e anteciparam seus principais projetos para o próximo ano.

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A confluência perfeita

Os especialistas identificaram uma confluência de fatores que acelerarão a transição energética no transporte. Para Diego Romano, da City Energy, um catalisador fundamental no México será a Copa do Mundo da FIFA.

“As autoridades estão promovendo a renovação dos táxis com um programa de sucateamento, o que exige soluções de carregamento rápido e em massa. Instalar 10.000 carregadores em residências é inviável; a tendência será a criação de ‘hubs’ de carregamento com 20 a 25 carregadores rápidos que ofereçam um serviço em 30 a 40 minutos”, explicou. Romano destacou o crescimento em Guadalajara, Monterrey, Cidade do México, Tijuana e Mérida.

Thiago Vieira, da C40 Cities, enfatizou a crescente integração entre governos locais e nacionais. “Estamos passando de ações isoladas para uma sinergia real. Não basta apenas as cidades impulsionarem esse tema; é preciso unir forças com os governos nacionais, especialmente em questões críticas como o fornecimento de energia e a expansão da rede elétrica”.

Vieira destacou que a colaboração é fundamental para desbloquear mecanismos de financiamento e escalar projetos-piloto.

De uma perspectiva tecnológica e de dados, Pedro Giraldo, da Geotab, apontou a maturidade regulatória e econômica, acrescentando que o boom do carregamento inteligente e da gestão energética serão pilares da implantação em massa.

2026 será um ano de emergência, em que a maturidade tecnológica colidirá com a realidade econômica das frotas. Já temos paridade no custo total de propriedade para muitos veículos comerciais, os casos de uso são comprovados e a certeza regulatória em países como Chile e Colômbia é maior”.

Patricia Baires, da SynergEV, concordou que a maturidade do mercado permitirá concretizar conceitos que até agora eram teóricos.

“Deixaremos de falar em teoria sobre recargas colaborativas. O mercado está maduro o suficiente para que várias empresas se unam, planejem projetos de infraestrutura em conjunto, reduzam custos de investimento e obtenham taxas de retorno mais rápidas”.

Tendências que moldarão o ecossistema

O painel identificou várias tendências-chave que dominarão a conversa no próximo ano:

Modelos flexíveis de financiamento e serviço: Pedro Giraldo destacou o boom dos modelos “Frota como Serviço” (Fleet-as-a-Service) ou leasing operacional total.

“O alto investimento inicial é a principal barreira. Esse modelo, em que se paga uma mensalidade que inclui veículo, manutenção e, às vezes, até mesmo a infraestrutura, será dominante porque mitiga o risco e se adapta à realidade econômica da região”.

Hubs de carga pública em grande escala: Diego Romano enfatizou que a carga em residências se tornará insuficiente. “A tendência é migrar para estações de carga pública muito maiores e mais potentes. O próximo passo é resolver como alimentar esses ‘hubs’ de maneira eficiente, integrando armazenamento de energia e participando do mercado atacadista de eletricidade para reduzir custos”.

Corredores Logísticos Verdes e Carga Inteligente: Thiago Vieira anunciou que a C40 Cities concentrará seus esforços nos corredores logísticos de média e longa distância. “O potencial de redução de carbono de um caminhão pesado equivale ao de 10 veículos leves. É um desafio maior, mas estamos trabalhando em modelos de ‘financiamento misto’ e bônus de sucateamento para desbloquear esses investimentos”.

Além disso, Pedro Giraldo mencionou que serão vistos os primeiros pilotos da tecnologia Vehicle-to-Grid (V2G) na região, onde os veículos devolvem energia à rede.

Recarga colaborativa e alianças estratégicas: Patricia Baires destacou que a colaboração será a norma. “Não se trata apenas de usar estações públicas existentes, mas de criar redes de recarga desde o planejamento dos projetos. As alianças estratégicas entre diferentes participantes do ecossistema serão essenciais para impulsionar implementações rápidas e ordenadas”.

Projetos e expansões anunciados para 2026

Os participantes do painel anteciparam algumas de suas iniciativas mais importantes para o próximo ano:

  • C40 Cities (Thiago Vieira): Anunciou planos de escalabilidade para “centros de recarga” em cidades como Rio de Janeiro, que passará de projetos-piloto para 15 centros, e Curitiba, que está mapeando terrenos públicos para esse fim. “Vamos continuar com a criação de corredores verdes e o plano de escalabilidade de hubs de recarga rápida”.
  • SynergEV (Patricia Baires): Revelou um “plano de investimento muito agressivo” para o México e sua expansão na América Latina. “Vêm aí alianças estratégicas e projetos de implementação no primeiro trimestre de 2026. Criaremos nosso próprio ecossistema para disponibilizá-lo ao mercado e reduzir custos”.
  • Geotab (Pedro Giraldo): Focará em escalar suas ferramentas de análise de dados. “Integraremos machine learning para estudos de adequação de frotas e desenvolveremos ferramentas para analisar a carga necessária em novos centros de operação. Também avançaremos em projetos de carga inteligente e V2G”.
  • City Energy (Diego Romano): Confirmou a abertura de hubs em Guadalajara e Monterrey para o início de 2026, com planos de expansão para Mérida, Tijuana e a costa de Jalisco. “Haverá a integração de sistemas de armazenamento e maior eficiência energética. As alianças com ‘gestores de frotas’ são fundamentais para a viabilidade dos trabalhos de carga”.

Encerramento e lançamento

Andrés García, moderador do painel, encerrou a sessão agradecendo aos especialistas por suas visões e anunciando a próxima Latam Mobility Tour 2026.

“Essas conversas são a base para desenvolver um ecossistema robusto no próximo ano. Tenham certeza de que todas essas tendências e projetos se refletirão nos painéis, debates e oportunidades de networking que teremos em nossa turnê”, concluiu.

A Latam Mobility Tour 2026 se posiciona como o ponto de encontro fundamental para todos os atores que buscam capitalizar o ano decisivo da mobilidade sustentável na América Latina.

Latam Mobility 2026

Latam Mobility 2026, impulsionando a transformação

A Latam Mobility inicia em 2026 uma nova série de encontros que reunirá líderes dos setores público e privado, empresas de tecnologia, fabricantes, operadores de transporte e especialistas em sustentabilidade.

Do México a Santiago do Chile, passando por São Paulo e Medellín, essas cúpulas serão o ponto de encontro mais importante da região para debater, aprender e construir soluções em torno da mobilidade elétrica, baixas emissões e inovação urbana.

Cada evento oferecerá um espaço único para analisar os avanços em infraestrutura de recarga, gestão de frotas elétricas, logística de última milha e desenvolvimento de cidades inteligentes, com o apoio de um ecossistema cada vez mais robusto de parceiros estratégicos e aliados internacionais.

A turnê 2026 promete não apenas conteúdo de alto nível, mas também uma plataforma ideal para impulsionar alianças de negócios, troca de experiências e colaboração multissetorial.

Com um enfoque que combina tecnologia, sustentabilidade e visão de futuro, a Latam Mobility 2026 convida todos os atores da cadeia de valor a participar desta jornada que marcará a agenda regional da mobilidade limpa. Participe dos encontros no México, São Paulo, Medellín, Santiago e Cidade do México e faça parte do movimento que acelera a transformação energética e urbana da América Latina.

Mais informações em breve.