BNDES, EMBRAPII, kfw, InvestSP e YvY Capital destacam as chaves para o financiamento em mobilidade, biocombustíveis e cidades inteligentes

O “Latam Mobility: Brazil 2024” contou com um painel de líderes para discutir “Financiamento e instrumentos de apoio à inovação em mobilidade, biocombustíveis e cidades inteligentes”.

Bruno Aranha, sócio-fundador da YvY Capital, destacou que a empresa é uma gestora de ativos privados focada em investimentos para a transição para a economia verde.

“Nós lutamos, tomamos café da manhã, almoçamos e jantamos sobre esse assunto 100% dedicado. E quando falamos em transição verde, temos três pilares de ação aqui: o primeiro é a nossa agricultura sustentável. O segundo é a tradição energética e o terceiro é o carbono”, explicou.

“Chamamos isso de bioeletromobilidade. E do ponto de vista dos instrumentos financeiros, você tem o investimento tradicional aqui”, destacou Aranha.

Ele garantiu que eles estão focados em apoiar a estruturação dos projetos necessários para construir uma nova plataforma de eletromobilidade no Brasil.

“Temos que trabalhar na criação de produtos financeiros onde possamos reunir todas as partes interessadas para fomentar essa cadeia de recursos públicos e privados para que possamos desenvolver essas novas plantas industriais que precisam ser realizadas aqui no Brasil”, enfatizou.

Apoio financeiro

Rafael Pimentel, chefe do departamento de mobilidade urbana e logística do BNDES, disse que o banco é um forte apoiador da mobilidade urbana.

“O banco está realmente mobilizado em várias frentes como um grande financiador, desde a indústria até as concessionárias que não são entidades públicas, e quando estamos falando de sustentabilidade aqui, inovação, é um tema que está muito ligado”, disse ele.

“Estamos vendo uma série de inovações tecnológicas ligadas à mitigação do risco climático e à descarbonização e o banco explorou isso ao longo do painel, não vou dar spoiler, mas temos alguns caminhos para fomentar essa inovação e acho que o banco está aberto a todos”, ressaltou Pimentel.

Apoio social

Luciano Cunha de Souza, coordenador de planejamento da EMBRAPII, explicou que se trata de uma organização social ligada ao governo federal com foco em tecnologia, indústria, saúde e educação.

“Apoiamos projetos de inovação realizados pela indústria em parceria com o instituto de pesquisa. E como damos esse apoio? Damos esse apoio com recursos não reembolsáveis, temos uma rede de institutos parceiros, essa rede é composta por 94 institutos, que vão desde institutos de inovação do Senai até institutos de pesquisa privados”, explicou. 

Ele ressaltou que eles estão constantemente se adaptando ao setor. “Temos uma parceria com o SEBRAE para a criação de micro e pequenas empresas, apoiamos com recursos não reembolsáveis até 90% do valor do projeto, então, em resumo, o que fazemos é fomentar a inovação na indústria brasileira.”

Financiamento internacional

Fabrício Pietrobelli, coordenador de Projetos de Mobilidade do banco alemão kfw, explicou que a entidade é uma espécie de BNDES da Alemanha, que tem braços de investimento por meio de sua ala de desenvolvimento sustentável, que já está envolvida em projetos no Brasil há mais de 60 anos de cooperação bilateral.

“O banco já investiu quase 2 bilhões de euros aqui no Brasil e há três áreas principais: preservação de florestas, desenvolvimento urbano sustentável, energia e finanças sustentáveis”, disse.

“Outro foco muito importante do banco é promover parcerias e projetos de transição justa. Portanto, dentro dessa abordagem, também demos uma olhada muito importante em como integrar esses projetos por meio da tomada”, acrescentou.

“Obrigado Latam Mobility pelo convite, pela oportunidade de discutir esse tema tão relevante e muito importante para o país nesse momento que estamos vivendo”, concluiu.

LMBRA24

Transição energética

Davi Lopes, Especialista em Transição Energética da InvestSP, destacou que eles funcionam como uma agência de promoção de investimentos ligada à secretaria de desenvolvimento econômico de São Paulo.

“Faço parte da Diretoria de Estratégia de Inteligência, que é um braço novo dentro da agência que trabalhamos exatamente com três trilhas prioritárias para o governador, sendo uma delas a trilha da transição energética, a trilha da economia circular e outra trilha que temos um foco”, disse.

Lopes destacou que a transição energética, do ponto de vista técnico, não tem mais problemas a serem superados, mas precisa de financiamento.

“Um milhão de pessoas no Brasil não tem acesso à eletricidade. No mundo, há um bilhão de pessoas que não têm acesso à energia. Não estamos apenas mudando para uma energia mais limpa ou que emita menos gases de efeito estufa, mas estamos fazendo isso de forma inteligente no estado de São Paulo”, disse ele.