A expansão da eletromobilidade pesada no Brasil exige superar desafios técnicos e financeiros relacionados à recarga de ônibus e caminhões elétricos.
Gustavo Tannure, CEO da Ezvolt; Diego Pícoli, gerente de Vendas da Huawei Brasil; e Jean Flohr, gerente de Vendas da WEG, compartilharam suas visões em um webinar recente organizado pela LATAM Mobility.
O avanço da eletromobilidade pesada no Brasil tem sido expressivo nos últimos anos, especialmente no segmento de veículos pesados.
No entanto, esse progresso enfrenta um obstáculo importante: a infraestrutura atual ainda não está preparada para atender à demanda energética de frotas elétricas em larga escala.
Para Tannure, este é o momento certo para a mudança, mas ainda existem barreiras à adoção.
Falta de infraestrutura adequada
Um dos principais gargalos é a adaptação das instalações existentes. Muitos pátios e terminais de transporte não foram projetados para suportar a potência necessária para carregadores rápidos, exigindo grandes modificações na infraestrutura elétrica.
“Antes, por exemplo, o fornecimento de energia em um terminal de ônibus era pensado apenas para o uso das pessoas, não para carregar veículos elétricos, então o consumo era muito baixo”, afirmou Diego Pícoli.
Essa transformação implica em custos elevados, longos prazos de implementação e desafios regulatórios, especialmente em áreas urbanas densamente povoadas.
Além disso, o tempo de carregamento para veículos pesados continua sendo um fator crítico para a operação eficiente do transporte público e logístico.
Ao contrário dos veículos leves, que podem ser carregados em poucos minutos ou durante a noite, caminhões e ônibus elétricos exigem soluções robustas que garantam continuidade operacional.
Segundo Tannure, a Ezvolt conseguiu superar parte dessas barreiras:
“Como conseguimos superar esse desafio? […] Quando se trabalha com baixa tensão, é possível instalar um carregador e carregar até quatro ônibus durante a noite para rodar durante o dia.”
Inovação tecnológica como aliada
A tecnologia surge como peça-chave para viabilizar essa transição. Soluções como carregamento inteligente, armazenamento de energia em baterias estacionárias e módulos de potência escaláveis ajudam a otimizar a infraestrutura e reduzir a sobrecarga na rede elétrica.
Flohr destacou que a WEG já oferece soluções que concentram os módulos de potência em um único ponto, permitindo o despacho da energia conforme a demanda de cada veículo.
Pícoli acrescentou que, na Huawei, há dispensadores que ajustam a potência de carga conforme o tipo de veículo, o que otimiza o sistema de forma significativa.
Os participantes também destacaram o papel da inovação sob medida para as necessidades do transporte pesado. A interoperabilidade entre equipamentos, o monitoramento em tempo real e a eficiência energética são diferenciais importantes.
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Modelos de investimento e cooperação público-privada
A implementação da infraestrutura de recarga depende não só da tecnologia, mas também de modelos de negócio sustentáveis.
As parcerias público-privadas e os incentivos governamentais são caminhos estratégicos para mobilizar recursos e acelerar a eletrificação de frotas.
O caso brasileiro mostra um interesse crescente do setor privado em desenvolver projetos conjuntos com prefeituras, empresas de transporte e operadores logísticos, com foco na descarbonização progressiva do setor.
Caminho para uma rede robusta
O Brasil tem potencial para se tornar referência regional em eletromobilidade pesada, mas isso exige uma abordagem estratégica que una planejamento urbano, investimento e inovação.
Como ficou claro no webinar, a chave está em desenvolver soluções locais, alinhadas aos padrões internacionais.
São Paulo: próximo destino da Gira 2025
O webinar deixou claro que, apesar dos desafios, o Brasil está avançando em sua transição para a mobilidade elétrica, com oportunidades significativas para empresas que ofereçam:
✔ Soluções tecnológicas robustas
✔ Serviços especializados
✔ Modelos de negócios inovadores adaptados ao mercado brasileiro e latino-americano
Por isso, Daniela García, da Latam Mobility, destacou: “O Brasil está escrevendo um capítulo fundamental na história da eletromobilidade latino-americana” e convidou os participantes a continuarem a discussão no Latam Mobility Brasil 2024, encontro presencial que acontecerá nos dias 7 e 8 de maio em São Paulo.
Para mais informações sobre participação e oportunidades de posicionamento, escreva para: info@investinlatam.org
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Assista abaixo ao webinar “Desafios e Oportunidades da Eletromobilidade no Brasil”: