Durante sua participação no “Latam Mobility Cono Sur 2025”, Rodrigo Troncoso, gerente de vendas e marketing da Arval Chile, fez a apresentação oficial do “Barômetro da Arval”, um estudo abrangente desenvolvido pelo Arval Mobility Observatory que analisa as tendências e perspectivas da mobilidade corporativa em nível global, com foco no mercado local.
A palestra ofereceu uma visão detalhada sobre a evolução das frotas de veículos, os métodos de financiamento, a adoção de tecnologias alternativas e os principais desafios que as empresas enfrentam em seu caminho rumo à descarbonização.
Arval: visão global, presença local
Troncoso iniciou sua intervenção contextualizando a presença da Arval no mundo e no Chile.
“A Arval é uma empresa de leasing operacional, parte do grupo BNP Paribas, com uma frota global de 1,7 milhão de veículos presentes em 29 países. No Chile, gerenciamos cerca de 10.000 carros para empresas de diversos setores, com uma rede de mais de 300 oficinas associadas em todo o país”, explicou o executivo.
Ele destacou que o valor do estudo reside em sua independência. “O Arval Mobility Observatory é uma área da nossa empresa que realiza um estudo independente em mais de 29 países. Nós não temos interferência; apenas fornecemos bancos de dados de clientes, eles realizam as pesquisas e nos entregam os resultados, o que garante sua objetividade”.
O Barômetro da Arval baseou-se em 8.061 pesquisas em nível global, com duração aproximada de 20 minutos cada. No caso específico do Chile, a amostra foi composta por 250 empresas de diferentes tamanhos (pequenas, médias e grandes) e setores, como construção, indústria, serviços e comércio.
O estudo se concentrou em quatro eixos principais: as características das frotas, a eletromobilidade, os métodos de financiamento e os desafios futuros, permitindo uma comparação direta entre os dados do Chile, da América Latina e do mundo.
Confiança e perspectivas de crescimento
Um dos dados mais relevantes revelados pelo estudo refere-se ao potencial de crescimento das frotas de veículos.
“78% das empresas pesquisadas no Chile acreditam que sua frota permanecerá estável ou em crescimento no futuro”, disse Troncoso.
Ao detalhar esse número, 54% prevêem mantê-la estável, mostrando uma confiança cautelosa no desenvolvimento do negócio. Ao compará-lo com a região, a América Latina mostra um maior otimismo, com 31% das empresas esperando que sua frota cresça.
As principais razões para um eventual aumento são a entrada da empresa em um novo negócio ou atividade (79%) e as necessidades de recursos humanos, onde essa área tem cada vez mais influência na decisão sobre a frota para atrair talentos.
Leasing operacional: método de financiamento
A análise dos métodos de financiamento revelou o predomínio do leasing operacional no Chile, com uma adoção de 46%.
Troncoso dedicou parte de sua apresentação a explicar seu valor diferencial. “O leasing operacional transfere todo o risco do investimento e da gestão para empresas como a Arval. Inclui todos os serviços: manutenção, licença de circulação, seguro, veículo de substituição, etc.”
“A empresa só se preocupa com uma mensalidade fixa e, ao final do período, devolve o veículo, renova-o ou avalia sua compra, sem riscos patrimoniais”, acrescentou o executivo.
Este modelo posiciona o Chile ao lado de países europeus como Espanha e França em termos de preferência, muito acima de outras formas de financiamento, como leasing financeiro, crédito direto ou compra à vista.
Eletromobilidade: avanço firme com barreiras claras
A adoção de energias alternativas em veículos de passageiros se consolida como uma tendência em alta.
O estudo indica que 43% das empresas chilenas com frotas de passageiros já utilizam alguma tecnologia alternativa (elétrica, híbrida plug-in ou híbrida).
Desse grupo, 21% já a implementaram e 22% consideram fazê-lo nos próximos três anos.
“É um item fundamental que as empresas estão integrando em suas estratégias”, afirmou Troncoso. No entanto, ele esclareceu que a América Latina ainda tem uma participação menor em comparação com os países nórdicos ou da Europa Central.
Restrições e estratégias
A apresentação identificou as principais barreiras que impedem uma transição mais rápida. O preço de compra, significativamente mais alto do que o de um veículo a combustão, é o principal obstáculo.
A segunda grande restrição é a percepção de uma rede insuficiente de pontos de recarga, tanto públicos quanto privados nas empresas, um tema que persistiu como debate durante vários painéis do “Latam Mobility Cono Sur 2025”.
As razões para implementar essas tecnologias são igualmente claras. 52% das empresas citaram o impacto ambiental e a descarbonização como um motivador “superimportante”, refletindo uma crescente consciência social. A redução dos gastos com combustível a longo prazo, apesar do alto investimento inicial, é o segundo fator-chave.
Em relação à infraestrutura, 79% das empresas chilenas já têm uma estratégia de carregamento com um orçamento dedicado. A estratégia mais comum (15%) é destinar um orçamento para que os colaboradores carreguem em pontos públicos.
Outras opções incluem instalar carregadores nos escritórios (11%) ou fornecer ao trabalhador um carregador para sua casa (8%). 10% das empresas optam por um modelo misto que combina carregamento em casa, escritório e pontos públicos.
Os desafios pendentes
O estudo conclui com um alerta sobre os desafios futuros. O mais crítico é a falta de uma meta clara de descarbonização: 58% das empresas chilenas admitem que não têm nenhuma meta a esse respeito ou ainda não estão avaliando seriamente. Apenas 16% têm uma meta definida.
Por fim, Troncoso enumerou os três principais desafios para a gestão de frotas nos próximos três anos: induzir uma condução mais responsável em um ecossistema de mobilidade cada vez mais complexo; implementar novas energias alternativas; e a adaptação a políticas públicas mais claras e incentivadoras.
“Acho que faltam incentivos, falta motivação, faltam várias coisas que poderiam melhorar o desempenho do Chile nesse tipo de desenvolvimento”, concluiu.
Se você deseja acessar o “Barômetro da Arval”, clique aqui
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