No encontro “Latam Mobility México 2025”, Ronaldo Sandoval, diretor de Análise e Consultoria da plataforma EvolvX, apresentou oficialmente o terceiro Relatório de Mobilidade Sustentável do México.
A apresentação, de caráter dinâmico e analítico, ofereceu uma perspectiva integral sobre o estado atual e futuro da transição para a mobilidade de emissões zero e baixas emissões no país e na América Latina.
Durante sua intervenção, Sandoval destacou que o relatório se enquadra na iniciativa EvolvX, um projeto nascido há dois anos dentro da plataforma Invest in Latam.
O objetivo fundamental da EvolvX é “disponibilizar informações e dados de forma ágil, oportuna, atualizada e verificável” para a comunidade de atores em mobilidade sustentável, transição energética e sustentabilidade.
O esforço busca fornecer as bases de dados necessárias para uma tomada de decisão informada e estratégica no setor.
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A coerência: pilar fundamental na transição
O diretor da EvolvX iniciou sua análise enfatizando um princípio orientador: a coerência do ecossistema.
Ele ressaltou que é imperativo que exista um alinhamento lógico entre o desenvolvimento da eletromobilidade e a origem da energia que a alimenta.
“Não podemos falar de mobilidade sustentável ou eletrificação se a fonte de energia continuar sendo não renovável ou poluente”, afirmou.
Ele também destacou a interdependência crítica com a infraestrutura de recarga, um tema que foi abordado anteriormente em painéis do “Latam Mobility México 2025” sobre gargalos à medida que o mercado amadurece.
Evolução e metas do mercado
A apresentação mostrou a evolução do mercado regional desde 2022, ano considerado um marco, até as projeções para 2025.
Sandoval precisou que o termo “mobilidade eletrificada” abrange veículos híbridos, híbridos plug-in e 100% elétricos (BEV).
As projeções para o final de 2025 indicam que a região ultrapassará 560.000 unidades vendidas, quebrando novamente os recordes estabelecidos em 2024, ano em que foram comercializadas mais de 418.000 unidades.
Nesse contexto regional, o país asteca ocupa um lugar de destaque. “O México ocupa o segundo lugar em volume no ranking dos países da região onde mais se comercializam esse tipo de tecnologia”, destacou Sandoval, colocando-o atrás do Brasil e seguido de perto pela Colômbia.
Participação crescente do mercado mexicano
O relatório detalha a transição tecnológica dentro do parque veicular eletrificado. Inicialmente, as tecnologias híbridas dominavam o cenário, mas as opções conectáveis (plug-in) vêm ganhando uma participação cada vez maior no mercado.
Essa evolução aponta para uma transição lógica do consumidor latino-americano das tecnologias de baixas emissões para as de emissões zero.
Ao fazer um close-up no mercado mexicano, os dados até setembro de 2025 mostram que, embora o volume total de vendas represente aproximadamente 80% do vendido em todo o ano de 2024, as projeções anuais são significativamente mais altas.
Um dado relevante é que a participação dos veículos elétricos no mercado total de veículos leves do México já ultrapassa 9%, evidenciando uma adoção crescente.
Projeções e ponto de inflexão
A apresentação incluiu projeções otimistas, básicas e conservadoras para o ano de 2030, que confirmam a existência de uma sólida oportunidade de mercado para essas tecnologias.
No entanto, o gráfico considerado mais importante por Sandoval foi aquele que compara o crescimento da frota de veículos 100% elétricos (BEV) com a frota de combustão interna.
Atualmente, as vendas de BEV na América Latina crescem a um ritmo superior a 125% ao ano. No entanto, Sandoval esclareceu que essa porcentagem diminuirá à medida que a base de veículos aumentar, aproximando-se das taxas de crescimento de mercados maduros como China e Europa (entre 15% e 40%).
Em um cenário em que os incentivos atuais sejam mantidos e não haja um esforço relevante para popularizar a eletromobilidade, a América Latina não conseguiria igualar o parque de veículos com motor de combustão interna ao elétrico até 2050, descumprindo as metas de descarbonização.
No entanto, com esforços sérios que incluam incentivos, apoio financeiro governamental e inovação tecnológica, esse ponto de equilíbrio poderia ser alcançado por volta de 2047-2048.
Em um cenário otimista, com uma ação comunitária decidida que acelere a infraestrutura e reduza os custos, a meta poderia ser antecipada até 2037.
A hora da ação conjunta
Ronaldo Sandoval concluiu sua apresentação com uma reflexão e um apelo à ação dirigido a todos os atores do ecossistema.
“O que cada um de nós precisa fazer em nossos cantos, em nossas empresas, iniciativas, empreendimentos ou com o conhecimento que podemos compartilhar, o que podemos fazer para que essas metas se tornem realidade e não fiquem apenas no papel?”, questionou.
Por fim, ele convidou os participantes a aprofundar a análise, compartilhar ideias e explorar colaborações, disponibilizando seu contato institucional para continuar a conversa e agregar valor às iniciativas e instituições presentes.
Para mais informações, entre em contato com Ronaldo Sandoval pelo e-mail: ronaldo.sandoval@evolvx.org