A infraestrutura segura para mobilidade elétrica foi um dos pontos centrais do painel técnico no Latam Mobility Brasil 2025.
Com moderação de Clemente Gauer (ABVE), o debate reuniu especialistas como Tadeu Azevedo (Power2Go), Rodrigo Vicentini (Keysight Technologies), Rogério Lin (ABNT) e Alexandre Xavier (IQA). A conversa deixou claro que segurança, padronização e qualidade devem caminhar juntas na transição energética brasileira.
O equilíbrio entre regulação, tecnologia e adoção
Um dos desafios mais complexos apontados pelos painelistas foi alcançar uma infraestrutura segura para mobilidade elétrica sem sufocar a inovação.
Alexandre Xavier, do IQA, destacou que a chave está em encontrar um equilíbrio entre normas exigentes, porém realistas, que impulsionem a qualidade sem desencorajar novos atores do mercado.
“Não podemos exigir tanto a ponto de fomentar a informalidade, mas também não tão pouco que comprometa a segurança”, afirmou.
Por sua vez, Rodrigo Vicentini destacou que a mobilidade elétrica não é apenas um veículo, mas um nó da rede elétrica e de telecomunicações, e por isso a padronização deve ser aplicada a toda a cadeia de valor.
Essa abordagem sistêmica é essencial para consolidar uma infraestrutura segura para mobilidade elétrica no país.
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Segurança contra incêndios e ambientes construídos
Rogério Lin abordou a urgência de reforçar as normas de segurança contra incêndios em edifícios com carregadores elétricos, especialmente em garagens residenciais.
Em muitos casos, o risco não vem apenas do veículo, mas do ambiente despreparado que o abriga. Ele insistiu que uma infraestrutura segura para mobilidade elétrica não pode depender apenas do dispositivo, mas deve incluir desde o projeto arquitetônico até os protocolos de emergência.
Além disso, discutiu-se como uma infraestrutura segura para mobilidade elétrica também deve contemplar a qualidade dos produtos, a rastreabilidade dos componentes e a profissionalização dos instaladores — pontos que ainda apresentam lacunas significativas no Brasil.


Formação técnica e cultura normativa
Tadeu Azevedo chamou a atenção para a informalidade e a falta de capacitação técnica no país. Explicou que, em muitas instalações residenciais, é comum encontrar profissionais despreparados que colocam em risco vidas e propriedades.
Para ele, a infraestrutura segura para mobilidade elétrica começa com a educação técnica e a adoção de normas voluntárias que possam se tornar padrão do setor.
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Os painelistas concordaram que a transição energética não será viável se não houver confiança do usuário em todos os níveis: desde o design do produto até sua instalação e manutenção.
O Brasil tem o desafio — e a oportunidade — de construir uma infraestrutura segura para mobilidade elétrica que sirva como referência regional.