O setor de energia como aliado para a descarbonização do setor de transportes foi tema de conversa no “Latam Mobility: Brazil 2024” no painel “Power to Move”.
Iêda Maria Oliveira, CEO da ELETRA, destacou que se trata de uma empresa brasileira que desenvolve ônibus elétricos há mais de 24 anos com foco em inovação.
“Lançamos os primeiros trólebus com tecnologia 100% brasileira, lançamos o primeiro ônibus comercial híbrido do mundo em 99, lançamos o primeiro veículo elétrico puro em 2014 e o primeiro caminhão elétrico em 2017”, detalhou.
Ele revelou que o desenvolvimento de novos produtos tem representado um grande desafio, pois conta com a concorrência de empresas multinacionais com grande poder financeiro.
“Estamos falando de uma mudança na matriz energética em que o custo desses veículos é maior do que o custo da matriz atual. Temos que investir em infraestrutura, então essa mudança tem que ser duradoura”, concluiu.
Importância dos investimentos
Victor Muñoz, Partner-Latin America da NeoTerra Partners, ressaltou que ainda temos um longo caminho a percorrer antes de podermos dizer que estamos no mundo dos veículos elétricos ou do transporte elétrico.
“Não faz sentido ter veículos elétricos se você estiver carregando-os com energia gerada em uma usina de gás natural que está produzindo emissões. Você está trocando uma coisa por outra, portanto, é preciso ter mais energia renovável, e é aí que nós entramos“, disse ele.
Ele observou que um dos grandes desafios é o investimento necessário para construir usinas de energia solar, energia eólica, “basicamente essas são as duas terminologias em que a neoterra é usada e temos a experiência de ter desenvolvido ou construído mais de uma no Brasil, Uruguai e Chile”.
“Queremos energia renovável, mas para essa energia eólica nas turbinas, você precisa desses ímãs que não descarregam. São ímãs de longa duração sem terras raras, se você não tem um ímã, você não tem uma turbina, você não tem energia eólica, você precisa de carros elétricos que precisam de lítio para suas baterias”, explicou.
Ele garantiu que o Brasil está se tornando o mais importante centro de produção de terras raras do mundo, fora da China, porque não há outro país com esse potencial.
Geração de energia
Ana Paula Kira, gerente de Mobilidade da Raízen Power, afirmou que eles são referência mundial em termos de bioenergia, por isso toda a produção de cana-de-açúcar e bioprodutos e seu composto também são derivados.
“Hoje atuamos de forma integrada e verticalizada, é muito natural quando falamos de raiz, por conta dos nossos 35 parques de biogeração e também por conta do nosso DNA em termos de sustentabilidade e transição energética falarmos de mobilidade elétrica”, disse.
Ele enfatizou que é fundamental tropicalizar e entender a realidade, o potencial e o privilégio do Brasil em relação às energias renováveis.
“Temos uma oportunidade única de trazer uma pluralidade de soluções. Por isso, o que temos trazido, estudado e defendido são inovações”, disse.
Ele disse que a Raizen é atualmente uma das três maiores comercializadoras de eletricidade do Brasil, com mais de 70 usinas de geração distribuída, e que seu principal objetivo é democratizar o acesso à energia renovável.