{"id":55435,"date":"2025-12-10T05:00:00","date_gmt":"2025-12-10T10:00:00","guid":{"rendered":"https:\/\/latamobility.com\/?p=55435"},"modified":"2025-12-08T09:38:31","modified_gmt":"2025-12-08T14:38:31","slug":"mexico-nearshoring-2025-desaceleracao-riscos-comerciais-ajuste","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/latamobility.com\/pt-br\/mexico-nearshoring-2025-desaceleracao-riscos-comerciais-ajuste\/","title":{"rendered":"M\u00e9xico | Nearshoring em 2025: entre a desacelera\u00e7\u00e3o, os riscos comerciais e o ajuste das expectativas"},"content":{"rendered":"\n
Em 2025<\/strong>, o panorama do nearshoring <\/strong>deixou para tr\u00e1s o otimismo dos primeiros anos e entrou em uma fase de reajuste estrat\u00e9gico.<\/p>\n\n\n\n Tens\u00f5es comerciais com os Estados Unidos, amea\u00e7as tarif\u00e1rias, incerteza regulat\u00f3ria e a revis\u00e3o iminente do Tratado entre M\u00e9xico, Estados Unidos e Canad\u00e1<\/strong> (T-MEC) modificaram o clima de investimento e obrigam as empresas a reavaliar seus planos de realoca\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n De acordo com an\u00e1lises setoriais e relat\u00f3rios empresariais, pelo menos 20% das empresas estrangeiras que chegaram ou expandiram suas opera\u00e7\u00f5es desde 2022 optaram por reduzir, pausar ou realocar parte de suas atividades<\/strong>, refletindo um ambiente menos previs\u00edvel do que aquele que impulsionou o boom inicial do nearshoring.<\/p>\n\n\n\n Voc\u00ea tamb\u00e9m pode se interessar por<\/strong> | OLADE publica relat\u00f3rio com o roteiro para a transi\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica na Am\u00e9rica Latina<\/a><\/strong><\/p>\n\n\n\n Entre 2022 <\/strong>e 2023<\/strong>, o M\u00e9xico <\/strong>viveu um momento hist\u00f3rico. Impulsionado pelas tens\u00f5es entre os Estados Unidos e a China, o pa\u00eds se consolidou como o principal parceiro comercial dos Estados Unidos, ultrapassando a China pela primeira vez em d\u00e9cadas<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n Setores como o automotivo, o eletr\u00f4nico e o de autope\u00e7as<\/strong> concentraram grande parte do fluxo de investimentos voltados para aproximar as cadeias de abastecimento do mercado norte-americano.<\/p>\n\n\n\n Esse dinamismo levou v\u00e1rios governos estaduais e empresas a classificar o nearshoring como o motor do crescimento a m\u00e9dio prazo. No entanto, em 2025, o chamado \u201cmilagre do nearshoring<\/strong>\u201d enfrenta seus primeiros testes de resist\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n Os dados de 2023 refor\u00e7avam a narrativa positiva: de acordo com n\u00fameros do INEGI <\/strong>e do BBVA Research<\/strong>, o M\u00e9xico exportou cerca de US$ 593 bilh\u00f5es<\/strong>, um recorde influenciado pela chegada de novas f\u00e1bricas e expans\u00f5es de empresas globais.<\/p>\n\n\n\n Para 2024, o Banco do M\u00e9xico<\/strong> informou que 12,9% das empresas com mais de 100 funcion\u00e1rios registraram benef\u00edcios diretos associados ao nearshoring<\/strong>. No entanto, esses efeitos se concentraram em regi\u00f5es fronteiri\u00e7as e em grandes corpora\u00e7\u00f5es j\u00e1 integradas \u00e0s cadeias globais de valor.<\/p>\n\n\n\n Paralelamente, a China <\/strong>manteve quase um ter\u00e7o do valor da manufatura mundial, conservando sua posi\u00e7\u00e3o dominante em eletr\u00f4nica, energia solar e componentes industriais<\/strong>. Esse peso econ\u00f4mico limita as possibilidades de uma transfer\u00eancia maci\u00e7a da produ\u00e7\u00e3o para o M\u00e9xico<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n M\u00eddias especializadas como a Forbes M\u00e9xico<\/strong> destacam que o boom se transformou em um processo mais prudente: as empresas agora avaliam riscos internos, como infraestrutura deficiente e inseguran\u00e7a, al\u00e9m das mudan\u00e7as regulat\u00f3rias nos EUA, com impacto potencial em custos e prazos<\/strong>.}<\/p>\n\n\n\n Apesar da desacelera\u00e7\u00e3o, o M\u00e9xico <\/strong>mant\u00e9m vantagens competitivas claras: proximidade geogr\u00e1fica com os Estados Unidos, tempos log\u00edsticos menores, custos de m\u00e3o de obra competitivos e acesso preferencial<\/strong> ao mercado norte-americano via T-MEC<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n Mas os limites do modelo continuam evidentes. Especialistas apontam fatores estruturais que freiam o crescimento sustentado: atrasos log\u00edsticos, concentra\u00e7\u00e3o de investimentos no norte do pa\u00eds, depend\u00eancia de insumos chineses e um ambiente pol\u00edtico-regulat\u00f3rio incerto<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n A Fitch Ratings<\/strong> adverte que \u201cn\u00e3o basta contar com o impulso; por tr\u00e1s do fen\u00f4meno, \u00e9 preciso apostar na competitividade e na institucionalidade\u201d.<\/p>\n\n\n\n As principais institui\u00e7\u00f5es econ\u00f4micas concordam: o nearshoring \u00e9 uma oportunidade de transforma\u00e7\u00e3o industrial, mas n\u00e3o \u00e9 garantido.<\/p>\n\n\n\n Alejandro Werner<\/strong>, ex-diretor do FMI <\/strong>para o Hemisf\u00e9rio Ocidental, apontou que o fen\u00f4meno poderia impulsionar o crescimento do PIB<\/strong> no m\u00e9dio prazo apenas se o M\u00e9xico <\/strong>fortalecesse a infraestrutura, a seguran\u00e7a jur\u00eddica e o capital humano.<\/p>\n\n\n\n A CEPAL<\/strong> e o Banco Mundial <\/strong>descrevem a situa\u00e7\u00e3o como uma \u201cjanela de oportunidade<\/strong>\u201d, mas alertam que, sem melhorias em inova\u00e7\u00e3o, conte\u00fado tecnol\u00f3gico e produtividade, o pa\u00eds corre o risco de manter um modelo manufatureiro de baixo valor agregado.<\/p>\n\n\n\n Da S&P Global<\/strong>, Elijah Oliveros-Rosen<\/strong> adverte que uma tend\u00eancia em ascens\u00e3o, o reshoring <\/em><\/strong>nos Estados Unidos, pode competir diretamente com o nearshoring mexicano. Ele tamb\u00e9m aponta uma \u201cpausa\u201d nos fluxos de investimento devido \u00e0 incerteza tarif\u00e1ria.<\/p>\n\n\n\n De acordo com a Essentia Advisory <\/strong>(ESSAD), empresa especializada em desenvolvimento de novos neg\u00f3cios e gest\u00e3o de talentos, o nearshoring enfrenta tr\u00eas desafios imediatos:<\/p>\n\n\n\n Al\u00e9m disso, a ESSAD <\/strong>alerta que destinos como Vietn\u00e3 <\/strong>ou Indon\u00e9sia <\/strong>est\u00e3o captando parte do interesse que inicialmente se voltava para o M\u00e9xico.<\/p>\n\n\n\n \u201cA atratividade do pa\u00eds depender\u00e1 de sua capacidade de mitigar riscos internos e antecipar as transforma\u00e7\u00f5es regulat\u00f3rias de seu principal parceiro comercial\u201d, afirma Jes\u00fas Moscoso<\/strong>, advogado e CEO da ESSAD<\/a><\/strong>.<\/p>\n\n\n\n Em 2025, a narrativa evoluiu. O M\u00e9xico <\/strong>est\u00e1 mais integrado do que nunca \u00e0s cadeias de abastecimento da Am\u00e9rica do Norte e as exporta\u00e7\u00f5es atingem n\u00edveis hist\u00f3ricos; no entanto, o pa\u00eds ainda n\u00e3o consolidou um ecossistema industrial autossuficiente nem resolveu os fatores estruturais<\/strong> que freiam o crescimento da ind\u00fastria manufatureira.<\/p>\n\n\n\n A relocaliza\u00e7\u00e3o continua atraente, mas j\u00e1 n\u00e3o \u00e9 vista como uma aposta segura. As empresas entendem que, sem condi\u00e7\u00f5es regulat\u00f3rias est\u00e1veis, infraestrutura adequada e incentivos claros, a rentabilidade n\u00e3o est\u00e1 garantida.<\/p>\n\n\n\n \u201cO nearshoring <\/strong>n\u00e3o \u00e9 uma promessa garantida, mas uma oportunidade que somente aqueles que souberem se adaptar \u00e0s mudan\u00e7as do ambiente poder\u00e3o converter em uma vantagem de longo prazo\u201d, conclui Fernando Rojas<\/strong>, s\u00f3cio CEO da ESSAD<\/strong>.<\/p>\n\n\n\nQuando o M\u00e9xico ultrapassou a China<\/h2>\n\n\n\n
<\/figure>\n\n\n\nVantagens e limites persistentes<\/h2>\n\n\n\n
<\/figure>\n\n\n\nTr\u00eas riscos principais que marcam 2025<\/h2>\n\n\n\n
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Da euforia ao realismo<\/h2>\n\n\n\n
<\/a><\/figure>\n\n\n\nLatam Mobility 2026, impulsionando a transforma\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n